“Sinais de esperança”

Decorreu no domingo passado, dia 16 de março, o retiro mensal, em Balsamão, com a participação de 10 pessoas, sob a orientação do Pe. Basileu dos Anjos Pires, MIC.

Na sequência dos retiros mensais anteriores, sob a Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário do ano 2025, este retiro meditou sobre os “Sinais de Esperança” apontados pelo Papa Francisco na referida Bula.

O Papa Francisco define a esperança “como desejo e expetativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã” (Bula, 1). Depois, afirma: “além de beber a esperança na graça de Deus, somos também chamados a descobri-la nos sinais dos tempos, que o Senhor oferece”, prestando atenção “a tanto bem que existe no mundo”. (Bula, 7). Os sinais de esperança são um compromisso para cada de nós.

Por isso, apesar de vivermos em guerra, “o primeiro sinal de esperança” é o grande desejo de paz para o mundo. E pergunta: “Será excessivo sonhar que as armas se calem e deixem de difundir destruição e morte?” “A necessidade da paz interpela a todos e impõe a prossecução de projetos concretos. Que não falte o empenho da diplomacia para se construírem, de forma corajosa e criativa, espaços de negociação em vista duma paz duradoura” (Bula, 8).

“Olhar para o futuro com esperança equivale a ter também uma visão da vida carregada de entusiasmo para transmitir”. Porém, assistimos à “perda do desejo de transmitir a vida” e, em vários, “a uma preocupante queda da natalidade”. “A abertura à vida, com uma maternidade e uma paternidade responsáveis, é o projeto que o Criador inscreveu no coração e no corpo dos homens e das mulheres, uma missão que o Senhor confia aos cônjuges e ao seu amor”. “O desejo dos jovens de gerar novos filhos e filhas, como fruto da fecundidade do seu amor, dá futuro a toda a sociedade e é uma questão de esperança: depende da esperança e gera esperança”. Este é o segundo “sinal de esperança” que nos compromete a todos, “no apoio à necessidade duma aliança social em prol da esperança”, para que todos possam “recuperar a alegria de viver” (Cf Bula, 9).

Neste Ano Jubilar, somos chamados a “ser sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs que vivem em condições de dificuldade”. Entre estes, O Papa refere, em primeiro lugar, os presos, privados de liberdade, e, na linha do Jubileu bíblico, propõe aos governos “que tomem iniciativas que lhes restituam esperança”. Com sinais concretos de proximidade, ajudemos os presos a “olhar o futuro com esperança e renovado compromisso de vida” (Bula, 10).

“Sinais de esperança hão de ser oferecidos aos doentes, que se encontram em casa ou no hospital”, através das visitas e do carinho que lhes manifestamos. (Bula, 11)

“E de sinais de esperança também têm necessidade aqueles que, em si mesmos, a representam: os jovens. Muitas vezes, infelizmente, veem desmoronar-se os seus sonhos. Não os podemos dececionar: o futuro funda-se no seu entusiasmo”. “O Jubileu seja, na Igreja, ocasião para um impulso a favor deles: com renovada paixão, cuidemos dos adolescentes, dos estudantes, dos namorados, das gerações jovens! Mantenhamo-nos próximo dos jovens, alegria e esperança da Igreja e do mundo!” (Bula 12).

“Não poderão faltar sinais de esperança em relação aos migrantes, que deixam a sua terra à procura duma vida melhor para si próprios e suas famílias. Que as suas expetativas não sejam frustradas por preconceitos e isolamentos!”.  “A tantos exilados, deslocados e refugiados que, por acontecimentos internacionais controversos, são forçados a fugir para evitar guerras, violência e discriminação, sejam garantidos a segurança e o acesso ao trabalho e à instrução, instrumentos necessários para a sua inserção no novo contexto social”. A comunidade cristã “abra de par em par as portas do acolhimento, para que nunca falte a ninguém a esperança duma vida melhor. Ressoe nos corações a Palavra do Senhor que, na grande parábola do juízo final, disse: ‘Era estrangeiro e acolhestes-me’ (Mt 25, 35)” (Bula, 13).

“Sinais de esperança merecem-nos os idosos, que muitas vezes experimentam a solidão e o sentimento de abandono”. É preciso “valorizar o tesouro que eles são, a sua experiência de vida, a sabedoria que trazem consigo e o contributo que podem dar” à comunidade cristã e à sociedade civil”. Os avôs e às avós desempenham um papel muito importante n “transmissão da fé e da sabedoria de vida às gerações mais jovens”.” (Bula, 14).

“E sentidamente, invoco a esperança para os milhares de milhões de pobres, a quem muitas vezes falta o necessário para viver”, afirma o Papa Francisco. “Frequentemente, não têm uma habitação nem alimentação suficiente para o dia. Sofrem a exclusão e a indiferença de muitos”. O Papa conclui, lembrando o que tantas vezes tem dito: “Não esqueçamos: os pobres são quase sempre vítimas, não os culpados” (Bula 15).

 

Pe. Basileu Pires, MIC

 

0 Comments