Venerável Frei Casimiro

RESPONSÁVEL PELA PRESENÇA DOS MARIANOS EM PORTUGAL

Venerável Frei Casimiro

Frei Casimiro nasceu no dia 19 de Agosto de 1700, em Jeziora, perto de Varsóvia, de família nobre. Aos 23 anos, sendo estudante de Direito, abraça a Ordem dos Marianos da Imaculada Conceição, em Roma, por ocasião duma  peregrinação a Santiago de Compostela, interrompida junto dos Pirinéus, por motivo de doença.

Ordenado sacerdote a 19 de Abril de 1726, em breve começa a desempenhar cargos de maior responsabilidade dentro da Ordem em Roma, até chegar, em 1734, a ser Superior Geral.

Tentando a introdução da Ordem em Roma e não o conseguindo por motivos de saúde, em 1737 é de novo reeleito Superior Geral, alargando a Ordem para além-fronteiras: Rússia e Lituânia com cinco mosteiros. Enviado, em seguida, a Roma como Procurador Geral, de 1750 a 1753, mostra-se um grande diplomata junto da Santa Sé, para defender o título e o hábito da sua Ordem bem como a causa dos pobres de sua Pátria.

A 14 de Maio de 1753, em companhia de seu confrade Padre Benão Bujalski, parte para Portugal, a fim de realizar o último sonho da sua vida: levar o nome da Imaculada até aos confins da terra, «até às Índias», isto é, implantar a sua amantíssima Ordem no ponto mais ocidental da Europa.

Chega a Lisboa dia 10 de Outubro de 1753. Com o seu companheiro, no dia seguinte, visitam a Corte para se certificarem da veracidade do convite do Rei de Portugal para a implantação da Ordem Mariana no Reino. Desilusão terrível: haviam sido enganados. O Rei D. José e o seu ministro Marquês de Pombal eram contrários à implantação de novas Ordens Religiosas. 

O Padre Benão regressa à Polónia logo depois do Natal. Frei Casimiro, cansado e doente, sempre sonhador e confiante na estrela da sua vida, a Imaculada Conceição, e na Divina Providência, ajudado por amigos de todas as classes, que pouco a pouco o vão rodeando, procura um lugar para a implantação da Ordem. No dia 25 de Março de 1754, dá o hábito Mariano a Frei João de Deus da Conceição, natural de Torre de Moncorvo, que o aconselha a escrever ao Bispo de Miranda para os acolher no eremitério de Balsamão.

O Bispo D. João da Cruz, depois de contactar com os eremitas da Congregação de Nossa Senhora de Balsamão, escreve-lhe a convidá-lo para a sua Diocese.

Deste modo, todo feliz, Frei Casimiro, juntamente com Frei João de Deus, chega a Chacim no dia 6 de Setembro de 1754, sendo muito bem recebido pelos habitantes da ‘vila’ que os acompanham ao Santuário, onde os eremitas se mostram imediatamente dispostos a entrar na Ordem Mariana.

Logo depois, os dois recém-chegados, acompanhados pelo Superior dos eremitas, Padre Jerónimo, partem para Bragança para se encontrarem com o Bispo, então aí provisoriamente residente. O Padre Jerónimo adoece e morre subitamente, sendo sepultado já com o hábito Mariano na Igreja de S. Francisco. Frei Casimiro e seu companheiro também adoecem gravemente, estando às portas da morte.

Graças à protecção de Nossa Senhora, recuperam-se, são recebidos em audiência pelo Bispo, o qual se sente impressionado pela personalidade de Frei Casimiro. Logo o nomeia Superior de Balsamão e o autoriza a admitir os eremitas e outros candidatos na Ordem Mariana. A 13 de Abril de 1755, admite-os ao Noviciado, tornando-se o seu próprio Mestre.

Começa a desempenhar as suas novas funções com todo o entusiasmo, sendo visitado por muita gente que acorre ao Santuário, já não só por causa de Nossa Senhora de Balsamão, mas também para serem socorridos e libertados pela oração e conselho de Frei Casimiro.

Dia 19 de Setembro do mesmo ano, acontece o imprevisto: a crónica doença da «malária» recrudesce nos seus membros, prostra-o no leito durante 31 dias, e vitima-o mortalmente, dia 21 de Outubro de 1755. Aquele que todo o povo aclama como «o Santo Polaco», parte para a eternidade de Deus, guiado pela Estrela da Manhã, a Imaculada Conceição, arrancando do seu coração forças para poder consolar os primeiros Marianos Portugueses, com estas palavras:

«Não choreis, a vossa Fundadora é a Santíssima Virgem Maria. […]. Do Céu, posso ajudar-vos muito mais».