A afirmação central (dita por duas vezes) do Evangelho deste domingo é esta, da autoria de Jesus: “Eu sou o Bom Pastor”. Por isso, celebramos hoje o domingo do Bom Pastor.
E Jesus diz-nos também o que define ser bom pastor: “O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”. Foi o que Jesus fez e faz: “Eu dou a vida pelas minhas ovelhas”. Este gesto de “dar a vida” é um acto de amor soberanamente livre de Jesus: “dou a minha vida, para poder retomá-la. Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e de a retomar”. É um acto livre de amor de Jesus ao Pai: pois, diz Ele, “foi este o mandamento que recebi de meu Pai”; e é um acto livre de amor de Jesus a nós, suas ovelhas: “conheço as minhas ovelhas, e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai”. “Conhecer” quer dizer “amar”. Jesus ama as suas ovelhas, e as suas ovelhas amam-n’O a Ele. E este amor é o mesmo amor que existe entre o Pai e Jesus!
O Evangelho apresenta o contrate entre o bom pastor e o mercenário: este é um assalariado, que faz do pastoreio a sua profissão: “como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa”. O mercenário não se preocupa com as ovelhas”. Pelo contrário, o bom pastor, como Jesus, as ovelhas são suas, ama as suas ovelhas, que somos nós, e dá a vida por elas: “conheço as minhas ovelhas, e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas”.
Neste tempo Pascal, estamos a celebrar este amor de Jesus, Bom Pastor, por nós: ele morreu por nós, e ressuscitou para nos perdoar. Ele deu a vida, pela sua morte na cruz, e retomou-a, pela sua ressurreição, ressuscitando-nos da morte do pecado.
Mas Jesus, Bom Pastor, além de nós, tem outras ovelhas, por quem Ele deu a vida, e que Ele precisa de ir à procura delas, a fim de as reunir. E Jesus garantiu-nos: “elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor”. Para isso, precisa de nós! Procuremos ser esta Igreja missionária que vai à procura da ovelha perdida, com o mesmo amor de Jesus, Bom Pastor!
Jesus, o Bom Pastor, faz-se representar, por aqueles que escolhe para estar à frente do seu rebanho, à frente da Sua Igreja: o Papa, os bispos e os presbíteros. Rezemos para que todos os que temos esta missão de pastores, sejamos reflexo vivo de Jesus, Bom Pastor, dando a vida pelos irmãos que nos estão confiados.
Hoje, é também a Dia mundial de oração pelas Vocações. Este começou por ser o Dia mundial de oração pelas Vocações de especial consagração: pastores, religiosos, religiosas, leigos (as) consagrados (as) e ermitas. Hoje, como o vai referindo a mensagem do Papa para este dia, é Mia mundial de oração por todas as vocações, na Igreja, não esquecendo a vocação matrimonial. Diz-nos o Papa na sua mensagem para este ano:
“O Dia Mundial de Oração pelas Vocações convida-nos, cada ano, a considerar o precioso dom da chamada que o Senhor dirige a cada um de nós, seu povo fiel em caminho, pois dá-nos a possibilidade de tomar parte no seu projeto de amor e encarnar a beleza do Evangelho nos diferentes estados de vida. A escuta da chamada divina, longe de ser um dever imposto de fora – talvez em nome de um ideal religioso –, é antes o modo mais seguro que temos de alimentar o desejo de felicidade que trazemos no nosso íntimo: a nossa vida realiza-se e torna-se plena quando descobrimos quem somos, as qualidades que temos e o campo onde é possível pô-las a render”.
“Este Dia proporciona-nos sempre uma boa ocasião para recordar, com gratidão, diante do Senhor o compromisso fiel, quotidiano e muitas vezes escondido daqueles que abraçaram uma vocação que envolve toda a sua vida. Penso nas mães e nos pais que não olham primeiro para si mesmos, nem seguem a tendência dum estilo superficial, mas organizam a sua existência cuidando das relações com amor e gratuidade, abrindo-se ao dom da vida e pondo-se ao serviço dos filhos e seu crescimento. Penso nas pessoas consagradas, que oferecem a sua existência ao Senhor quer no silêncio da oração quer na atividade apostólica”. “E penso naqueles que acolheram a chamada ao sacerdócio ordenado, se dedicam ao anúncio do Evangelho, repartem a sua vida – juntamente com o Pão Eucarístico – pelos irmãos, semeiam esperança e mostram a todos a beleza do Reino de Deus”.
Rezemos, pois, por todos nós, para que vivamos com fidelidade a nossa vocação específica, sejamos uma polifonia de carismas e vocações, na alegria de caminharmos juntos.
Continuação de Feliz Páscoa, na alegria de sermos amados por Jesus, o Bom Pastor, que deu a Sua vida por nós, para que tenhamos a vida e a vida em abundância, para que sejamos verdadeiramente felizes!