No dia 12 de fevereiro passado, decorreu o retiro mensal, em Balsamão, subordinado ao tema “Misericórdia Baptismo”, sob a orientação do P. Fidel Ortega, MIC, em que participaram dez pessoas, presencialmente, e um número indeterminado, online (pelo Facebook do Convento).
Este retiro seguiu a metodologia do Exercícios Espirituais inacianos. Tivemos dois momentos de oração com dois pontos – às nove e meia e às onze e meia – de tal forma a fazerem uma oração na parte da manhã e outra na parte da tarde. O tema do retiro era: “Misericórdia e Batismo”. Dentro do esquema da Terceira Semana (Os Exercícios completos constam de 4 Semanas): A paixão; o primeiro ponto era sobre os níveis do amor, porque a Misericórdia é o “amor em ação”. Em quatro partes, como uma escada ascendente: 1) “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 39-40), onde a medida do amor é o que tenho a mim mesmo e, a pergunta: amo o meu irmão como eu me amo a mim mesmo?; 2) “Asseguro-vos… a mim o fizestes” (Mt 25, 31ss), onde o motivo do amor é Cristo presente no outro e, a pergunta: amo o meu irmão ao ver nele a Jesus, especialmente no mais necessitado?; 3) “Que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15, 22), onde a medida do amor é o amor de Jesus por nos, um amor sem medida e, a pergunta: amo o meu irmão como Jesus me amou a mim?; 4) “Que todos sejam um. Como tu Pai, em mim e eu em ti, que eles também sejam um em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste…” (Jo 17, 21-22), onde a medida do amor é o amor trinitário, é o amor pleno porque é na unidade com Deus e, a pergunta: amo os outros com sem distinção na pluralidade da comunidade cristã? O segundo ponto era especificamente sobre a cruz, porque o amor doe, ou seja, a fidelidade no amor tem na base a cruz de Cristo; em duas partes: 1) Contemplação de um crucifixo: a paixão de Deus (Sl 22; Is 42, 1-3; 53, 3), para uma aproximação dos sentimentos de Jesus e pedir para acolher a cruz de cada dia (Lc 9, 23-26); 2) Relato da Paixão (Mt 26, 75. 27), para descobrir sobre tudo o quanto a cruz foi a maior demostração de liberdade: “eu dou a minha vida, ninguém ma tira”.
A proposta era que cada exercitante se retirasse a sua oração em silencio, para encontrar-se com Deus, porque todo o investimento do método é o encontro pessoal com o Senhor que é inmediate, isto é, ninguém pode mediar ou pôr-se em meio, por cuja razão o retiro inaciano é sempre personalizado, porque o encontro com Deus é pessoal e único e o orientador só orienta este encontro; com uma oração preparatória: que todas as minhas ações e operações sejam buscar a vontade de Deus; um pedido: conhecimento interno do Senhor para poder ama-lo mais e segui-lo melhor. E iniciar esse momento tomando consciência para onde vou e diante de quem estou? Vou à oração e estou diante do Senhor… Por fim, não querer ler e rezar tudo, mas ficar com o que mais chamou a atenção: “porque não é o muito saber que sacia a alma, mas o saborear”.
O tema ficou implícito porque pelo batismo é que o Senhor nos habita pelo Espírito e nos faz capazes de amar e sermos misericordiosos, onde a cruz é a nossa força e inspiração.
Foi fornecido uma folha para cada ponto de oração com as respetivas partes e indicação dos textos bíblicos, como também uma breve orientação daquilo que se deseja em cada uma – um bocado mais extenso do apresentado neste presente resumo. Houve uma orientação de 30 minutos para cada ponto e, um momento de partilha da oração antes do segundo ponto e no fim do retiro por volta das quatro e meia da tarde.
Os exercitantes participaram da santa missa no Santuário, ao meio dia, e concluíram o retiro com uma adoração ao Santíssimo e a oração das vésperas.
P. Fidel Ortega, MIC