“Caminhar juntos. Todos em missão”

CAMINHAMOS JUNTOS: TODOS, TUDO E SEMPRE EM MISSÃO

Decorreu, no dia 20 de fevereiro, o retiro mensal, em Balsamão, subordinado ao tema “Caminhar juntos. Todos em missão”, no âmbito do Sínodo sobre a sinodalidade Igreja para o qual todos fomos convocados, em que participaram, presencialmente, 8 pessoas, e através do facebook do Convento, um número indeterminado.

Foi um retiro sinodal, em que, após a apresentação do tema, todos partilharam as suas experiências sobre a Igreja missionária que somos e aquela que queremos ser, seguindo a metodologia que nos é proposta pelo sínodo.
Depois de invocarmos o Espírito, foi o momento da exposição do tema. O tema do sínodo é: “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Depois de reflectirmos e partilharmos, nos retiros mensais anteriores, sobre a Igreja comunhão e participação, desta vez focámo-nos mais sobre a Igreja missão.

A Igreja existe para evangelizar. Este processo Sinodal, de nos sentirmos todos a caminhar em conjunto, tem uma dimensão profundamente missionária. “Destina-se a deixar que a Igreja testemunhe melhor o Evangelho, especialmente com aqueles que vivem nas periferias espirituais, sociais, económicas, políticas, geográficas e existenciais do nosso mundo. Deste modo, a sinodalidade é um caminho pelo qual a Igreja pode cumprir mais frutuosamente a sua missão de evangelização no mundo”. Num primeiro ponto, vimos como o anúncio do Evangelho é para ser feito a todos, como nos diz o mandamento missionário de Jesus: “Ide por todo o mundo, proclamai a Boa Nova a toda a criatura” (Mc 16, 15). O Evangelho é o anúncio da feliz notícia do amor incondicional de Jesus para cada o homem, Ele que morreu por nós e ressuscitou para nos perdoar. Quem acredita neste anúncio é salvo, nasce de novo, torna-se, em Cristo Jesus, uma nova criatura (cf 1Cor 15, 1-8; Rm 4, 25; 2Cor 5, 17). Jesus manda-nos anunciar o Evangelho a todos porque o Pai “quer que todos os homens sejam salvos” (1 Tim 2, 4).
E todos, na Igreja, são responsáveis pelo anúncio do Evangelho. “A Igreja é toda ela missionária” (AG 35). Cada cristão, se o é, é missionário. Somos discípulos missionários: “Ai de mim se não evangelizar!” (1Cor 9, 16). Se não anunciar o Evangelho, pelo testemunho de uma vida nova e pela palavra, não sou cristão, perdi a minha identidade! Ai de mim! Que desgraça!

A exposição for sempre alternada com o diálogo entre os participantes, respondendo às que o sínodo: “Uma vez que somos todos discípulos missionários, como é que cada batizado é chamado a participar na missão da Igreja? O que impede os batizados de serem ativos na missão? Que áreas da missão estamos a negligenciar? Como é que a comunidade apoia os seus membros que servem a sociedade de várias formas (envolvimento social e político, investigação científica, educação, promoção da justiça social, proteção dos direitos humanos, cuidados com o ambiente, etc.)? Como é que a Igreja ajuda estes membros a viverem o seu serviço à sociedade de forma missionária? Como e por quem é feito o discernimento sobre as escolhas missionárias? (VM 5.3.5)”.
Há duas áreas da missão que a Igreja está a negligenciar: são os jovens e a política. Os leigos têm pouca consciência de que o campo da sua missão evangelizadora é a família, o trabalho, a escola, a cultura, a política, o lazer. Eles têm a missão de transformar o mundo à luz do Evangelho, onde vivem e trabalham.
Como nos diz o Papa Francisco, “é necessário passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária”.

O Ide missionário de Jesus é actualizado pelo Papa Francisco pela bela expressão de Igreja “em saída”: “Hoje todos somos chamados a esta nova «saída» missionária. […]. Sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho” (EG 20). “A alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária. Experimentam-na os setenta e dois discípulos, que voltam da missão cheios de alegria (cf. Lc 10, 17). […]. Esta alegria é um sinal de que o Evangelho foi anunciado e está a frutificar” (EG 21). “É vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo” (EG 23).

A Igreja «em saída» é a comunidade de discípulos missionários que toma a iniciativa, que vai ao encontro das pessoas, que procura os afastados e que convida os excluídos.
“Com obras e gestos, a comunidade missionária entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias, abaixa-se – se for necessário – até à humilhação e assume a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo. Os evangelizadores contraem assim o «cheiro de ovelha», e estas escutam a sua voz” (EG 24).

O dia de retiro sinodal concluiu com a oração de vésperas e a adoração do Santíssimo. Partimos para as nossas casas com a consciência de que todos, com tudo o que somos e temos, estamos sempre em missão.

Basileu Pires, MIC

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