Convento de Balsamão

COMUNIDADE RELIGIOSA

Convento de Balsamão

Pe. Eduardo Alexandre Esteves Novo, MIC – Superior da Casa, ecónomo, pároco in solidum na Unidade Pastoral da Divina Misericórdia (responsável pela Pastoral Social; Presidente da Direção dos Centros Sociais Paroquiais de Grijó, Carrapatas e Cortiços, Capelão da Santa Casa Misericórdia, Assistente dos Escuteiros), 1o Conselheiro, Secretário e Ecónomo do Vicariato.

Pe. Basileu dos Anjos Pires, MIC – Reitor do Santuário de Nossa Senhora de Balsamão e Presidente do Centro Cultural de Balsamão, Coadjutor do Apostolado da Divina Misericórdia e Assistente Espiritual dos Cooperadores Marianos, 2o conselheiro local; Promotor de retiros/formação em Balsamão.

Pe. Pedro Luís Vilela Ribeiro, postulante – Sacerdote da Diocese de Vila Real, em discernimento vocacional para ingressar nos Marianos; Colaborador no Apostolado da Divina Misericórdia e na ação pastoral da Unidade Pastoral da Divina Misericórdia.

O dia-a-dia da nossa comunidade desenrola-se entre a oração, o trabalho e o convívio. Às 9 horas fazemos oração da manhã (Laudes). Tomado o pequeno-almoço, cada um vai para o trabalho que lhe está confiado. Às 12: 00h é a celebração da Eucaristia. Depois de Almoço, um momento de convívio no café e voltamos ao trabalho. Às 19 horas é a oração da tarde (Vésperas), seguida do jantar/convívio, pelas 19: 30h. À noite ainda temos trabalhos, consoante a ocupação de cada um, ou tempo de recolhimento e oração pessoal.

Situação geográfica

O Convento de Balsamão está situado na Província de Trás-os-Montes, no coração do distrito e diocese de Bragança, de cuja cidade dista cerca de 60 kms. Fica a 17 kms da sede do concelho, Macedo de Cavaleiros, e a 4 kms da sede de freguesia, Chacim.

Banhado a sul pelo rio Azibo, afluente do Sabor, que é atravessado por uma pequena ponte românica, a norte, pela Ribeira da Veiga, é servido pela estrada municipal «João Paulo II», que liga Chacim com as povoações de Paradinha de Besteiros, Sobreda e Morais.

Com a altitude de 522 metros, «o pequeno monte» é carinhosamente aconchegado pelas abas dos montes e outeiros das ditas povoações e ainda dos Olmos, Lagoa e Lombo e vigiado ao longe pela Serra de Bornes, também conhecida por «Monte Mel», em cujas faldas se situa a povoação de Malta, outrora propriedade da célebre Ordem Militar dos Cavaleiros do mesmo nome, que também terá dado valioso contributo na construção de Balsamão.

História

A Comunidade religiosa dos Marianos de Balsamão iniciou-se com o Venerável Frei Casimiro Wyszynski. Depois de falhadas todas as tentativas da fundação da comunidade dos Marianos em Lisboa, Frei Casimiro chegou a Balsamão no dia 6 de Setembro de 1754, onde teve bom acolhimento da parte da comunidade dos Eremitas existentes neste Convento – A Congregação dos Barbadinhos de Nossa Senhora de Balsamão – pelo que pediram imediatamente ao Senhor Bispo para serem admitidos na Congregação dos Marianos. No dia 1 de Outubro de 1754, o Senhor Bispo concede aos Eremitas a graça de serem admitidos na Congregação dos Marianos, ficando essa data como a data oficial da fundação da comunidade dos Marianos de Balsamão.

A 13 de Abril de 1755, o Frei Casimiro admitiu cinco Eremitas no noviciado, dando-lhe o hábito dos Marianos, não chegando a professar os votos, pois Frei Casimiro faleceu a 21 de Outubro do mesmo ano.

A obra de Frei Casimiro foi continuada pe Pe. Aleixo Ficher (checo) e pelo Pe. Rafael de Buffa (italiano), que chegaram a Balsamão em 1758.

A comunidade dos Marianos de Balsamão foi extinta com a expulsão das Ordens Religiosas de Portugal, em 1834, por Joaquim António Aguiar, do governo liberal.

Os Marianos regressaram ao Convento de Balsamão a 1 de Maio de 1954, com a data da erecção da comunidade de 16 de Março de 1954. Em 2004, foram celebrados os 250 anos da vinda dos Marianos para Portugal e dos 50 anos do seu regresso.

Passos do Senhor

Ao chegar ao sopé da montanha, depois de haver saboreado a água fresca da antiga «Fonte dos Frades», localizada a algumas dezenas de metros atrás, junto da estrada, poderá começar a meditar a Paixão de Jesus Cristo, através da contemplação dos «Passos do Senhor», distribuídos por 8 Capelas, dispostas ao longo da montanha, que datam do século XVIII e XIX, a saber:

Primeira capela – Jesus Orante e Agonizante no Horto das Oliveiras («vigiai e orai para não cairdes em tentação»);

Segunda capela – Jesus Flagelado («Pilatos prendeu Jesus e mandou-O flagelar»);

Terceira capela – Jesus coroado de espinhos e manietado é apresentado à multidão («Eis o Homem»);

Quarta capela – Jesus a Caminho do Calvário com a Cruz às costas («O Divino Senhor da Costa»), em imagem considerada milagrosa, colocada numa capela com o tecto ornamentado de pinturas simbólicas alusivas ao Messias, inspiradas na Bíblia, e recheada de numerosos cajados (ex-votos), em memória de curas obtidas, o que lhe valeu o nome popular, desde 1777, de «Capela do Senhor dos Cajados»;

Quinta capela – Jesus cai debaixo da Cruz («os meus joelhos enfraqueceram»);

Sexta capela – Jesus a ser despido de Suas vestes e amargurado com fel, com os instrumentos da Paixão e o Sepulcro («deram-Me a beber vinho misturado com fel»);

Sétima capela – Jesus morto na Cruz, assente sobre um expressivo quadro das almas do purgatório que, assim, saúdam o Senhor, descido à mansão dos mortos: «Chegaste finalmente, ó nosso Redentor!»;

Oitava capela – Maria com o Filho de Deus e Seu próprio Filho morto nos braços, no momento da dor como Mãe do Messias sofredor, mostra-se, por excelência, como a «Mulher da fé», e a todos nós lança um amoroso desafio: «Vede se há dor semelhante á minha dor!».

Cemitério ou «Portão do Céu»

Junto da Capela do Senhor dos Cajados, poderá fazer um minuto de silêncio orante, no pequeno cemitério, construído nos anos de 1969/71. Está ladeado por duas torres que saem da antiga muralha, uma ainda em ruínas, a outra já reedificada, a servir de depósito de água. Inaugurado pela sepultura na qual foram colocadas as «ossadas» dos antigos Marianos e outros habitantes de Balsamão, desde 1973 hospeda os restos mortais:

Dos dois irmãos Emanuel (01.12.1965 +09.12.1973) e Jorge Gonçalves (25.10.1977 +17.05.1979), o primeiro dos quais faleceu em Balsamão, durante uma estadia com seus pais, sendo as suas últimas palavras uma mensagem de amizade para todos nós: «eu quero ser sempre amigo!»;

do bondoso Pe. Ladislau Mroczek, MIC (21.07.1890 +06.01.1976), polaco, ex-Superior Geral da Congregação dos Marianos da Imaculada Conceição, que, desde 1957 serviu Cristo e a Igreja, contribuindo valiosamente para a reconstrução material e espiritual do Convento, partindo para a eternidade com um filial sorriso para Nossa Senhora que ele amou e levou os outros a amar intensamente como Mãe admirável;

da Irmã S. Mateus (06.03.1899 +06.02.1982), das Irmãs Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramento, que faleceu em Balsamão quando as Irmãs tinham uma comunidade neste santuário;

do Ir. Alfredo da Ressurreição, MIC (26.10.1906 +24.02.1985), o primeiro Mariano Português a partir para o Senhor desde o regresso dos Marianos a Portugal, que deixou profundas marcas na montanha de Balsamão, sobretudo no embelezamento do jardim;

do Pe. Fernando Francisco de Freitas, MIC (21.09.1912 +08.09.1990), que era padre da diocese de Vila Real e se quis fazer mariano, deixando a todos um bom testemunho de alegria e bom humor, durante os 9 anos que esteve connosco;

do Ir. Casimiro Zmijowski, MIC (15.02.1910 +07.05.1995), que desde 1957, data em chegou a Balsamão, deu um testemunho de silêncio e laboriosidade, servindo a comunidade como exímio apicultor;

do Pe. José Manuel Morais, MIC (22.06.1943 +09.01.2003), natural de Covelas (Alfândega da Fé), que desde menino veio para os Marianos, amou muito a Congregação e por ela se gastou, atraindo novas vocações para os Marianos, tendo sido vitimado pelo cancro do cólon, quando contava apenas 59 anos de idade;

do Pe. Jorge Henry Predko, MIC (15.07.1934 +04.04.2016), que veio para Balsamão para ajudar no Seminário, onde se manifestou exímio educador, abriu a Casa de Estudos de Lisboa, foi superior da nossa Vice-província durante 12 anos, viveu os dois últimos anos da sua vida em Balsamão;

do Pe. Francisco Jaworski, MIC (27.06.1924 +29.06.2017), que chegou a Balsamão em 1962, para trabalhar no Seminário, abriu o Seminário dos Marianos em Fátima, foi superior da Província Americana, foi director da Pensão S. Paulo, em Fátima, passou os últimos 3 anos da sua vida em Balsamão, distinguia-se pelo seu amor à congregação;

do Ir. António dos Reis Fernandes, MIC (21/24.12.1930 +16.01.2018), natural de Vale de Pena, Concelho de Vimioso, que foi primeiro mariano português, com a regresso dos Marianos a Balsamão, em 1954, tendo vivido a maior parte da vida em Balsamão, cuidando da horta e do jardim e distinguindo pela sua bondade em acolher a todos;

do Ir. Paulo Musik, MIC (15.01.1926 +01.12. 2020), que chegou a Balsamão em 1964, ocupando-se com obras de reconstrução e, desde 1970, passando a maior parte da sua vida no Seminário de Fátima, como prefeito do Seminário e no acolhimento aos peregrinos, tendo passado os últimos cinco da sua vida em Balsamão, distribuindo sobretudo pelo amor à congregação e pela alegria de viver;

do Pe. Casimiro Komor, MIC ().

A Igreja de Nossa Senhora de Balsamão

No interior da Igreja, sentir-se-á logo embebido por uma misteriosa atmosfera de contemplação mariana. A Igreja, do início do séc. XVIII, actualmente em restauro (já na fase de acabamento), de facto, é um hino de arte em honra da Mãe de Deus, tanto em escultura como em pintura.

Após uns momentos de adoração a Jesus Cristo vivo no Sacrário, poderá começar a visita pela capela-mor.

A ábside, em talha dourada, de estilo barroco, conta, no cimo do altar-mor, com uma elegante escultura da Imaculada Conceição e, nos nichos laterais, com uma imagem recente do Sagrado Coração de Jesus e outra antiga mas restaurada, de S. José com o Menino Jesus. À direita, um conjunto escultórico sobre o mistério da Imaculada Conceição, constituído pelas estátuas de S. Joaquim e Santa Ana de cujos corações saem as hastes do caule de uma bela açucena, sobre a qual assenta uma expressiva estátua da Imaculada Conceição. À esquerda, a imagem da Padroeira do Santuário, Nossa Senhora de Balsamão. 

O tecto do presbitério, fazendo um todo com as paredes laterais, é todo em madeira policromada, com símbolos alusivos ao mistério cristão. Ao centro, está pintada uma ampla figura de Nossa Senhora de Balsamão (Assunta ao Céu), rodeada de Anjos. Do lado esquerdo do altar de Nossa Senhora de Balsamão, a cerca de 1 m de altura, aparece o nome do pintor: Damian Rodriguez.

Descendo da capela-mor, à sua direita, do lado do púlpito dourado, uma lápide assinala o túmulo do Venerável Servo de Deus Frei Casimiro de S. José Wyszynski, para onde foram trasladados os seus restos mortais, no dia 20 de Outubro de 1955, tendo, nessa altura, tocado os sinos da torre, por um período significativo, sem intervenção humana. Nas obras recentes, tendo sido aberto o túmulo, foi também aí colocada a urna velha que jazia no antigo túmulo. Por cima, um quadro com a efígie do Servo de Deus.

No tecto, a partir da sua esquerda, poderá admirar as pinturas de alguns episódios da vida de Maria: o Seu nascimento, a Sua Apresentação no Templo pelos pais; Ela, adolescente, a ser catequizada por Sua mãe; os Seus esponsais com S. José; Ela com o Menino Jesus nos braços e Sua prima Isabel com S. João Baptista; Ela, Rainha, com Jesus, Rei, nos braços; a Sua Coroação como Rainha pela Santíssima Trindade; a Sua Assunção ao Céu. No centro do tecto, Nossa Senhora do Carmo a oferecer o escapulário a S. Simão Stock, rodeada pelos quatro Evangelistas, com os respectivos símbolos: S. Mateus (com o Anjo), S. Marcos (com o leão), S. Lucas (com o touro), S. João (com a águia).

Na parede, do lado direito, encontrará um expressivo quadro de Jesus Misericordioso, ladeado de outro de Santa Faustina, apóstola da misericórdia. Na parede, do lado esquerdo, uma magnífica tela da Apresentação de Nossa Senhora no Templo, oferta de um amigo dos Marianos, Jan Tomaszewski (em 1958).

Quarto do Venerável Servo de Deus Frei Casimiro

À saída da Igreja, voltando à direita, entrando para o Convento e abrindo, à esquerda, uma porta, umas escadas o conduzirão ao quarto do Servo de Deus Frei Casimiro, onde tudo convida à meditação sobre a simplicidade: um expressivo crucifixo, antigo e recentemente restaurado; um pobre catre que lhe terá servido de leito até à morte; uma bengala que lhe terá servido de apoio nas subidas e descidas da montanha de Balsamão e nas idas e vindas pelas paróquias vizinhas a evangelizar; um baú, em couro, que lhe terá servido na viagem até Balsamão; numerosos ex-votos por graças obtidas por sua intercessão e de Nossa Senhora de Balsamão; um antigo e pequeno quadro, com uma gravura sobre o mistério da Imaculada Conceição (S. Joaquim, santa Ana e a Imaculada Conceição), venerado no primeiro convento dos Marianos, na Polónia, e que terá inspirado a feitura do conjunto escultórico que encontramos na Igreja; outros objectos devocionais.

Claustros

Passará, depois, ao antigo claustro com uma cisterna de estilo mourisco, destinada a recolher as águas da chuva. E poderás admirar ainda o claustro novo com dois pisos, o laranjal que aí se encontra e outras árvores de fruta. O edifício da ala sul deste claustro é zona reservada à Comunidade religiosa dos Marianos; na ala nascente e na ala norte ficam os quartos da Casa de Retiro e Repouso do Convento de Balsamão; na ala poente, a sala entre o claustro antigo e o novo destina-se ao Museu; o rés-do-chão da ala norte é um grande salão polivalente, para festas e banquetes.

Monumento ao Venerável Frei Casimiro

Saindo para o adro da Igreja, do seu lado esquerdo, irá descobrir uma linda obra escultórica em mármore (do escultor Jaime Santos e do marmorista Manuel Machado), que evoca a figura do Venerável Frei Casimiro, benzida no dia 1 de Maio de 2004, na celebração Jubilar dos 250 anos da vinda dos Marianos para Balsamão (por intermédia do Frei Casimiro) e dos 50 anos do seu regresso. Este monumento apresenta-nos o zelo missionário do Frei Casimiro, que desejava ir por todo o mundo fundar comunidades da Ordem da Imaculada Conceição, o meio mais adequado que encontrava para defender e divulgar o culto ao mistério da Imaculada Conceição, pelo qual estava enamorado.

Jardim

Do adro da Igreja e de junto do monumento ao Frei Casimiro, entrando por um velho portal, que regista a data da sua construção (1783), gostará de inebriar-se, sobretudo na Primavera, com o perfume das flores próprias dos mais variados climas, no encantador jardim que circunda o Convento e envolve a gruta de Nossa Senhora de Lurdes, na qual poderá contemplar a mais Bela Rosa deste Paraíso numa elegante estátua da Imaculada Conceição, erecta (em 1980) em memória das célebres aparições da Virgem, em França, em 1858, quando Ela disse à jovem Bernardete: «Eu sou a Imaculada Conceição», como que a confirmar o dogma de fé em tal mistério mariano, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX.

Passeando à volta do Convento, poderá apreciar ainda a originalidade e a beleza das suas diferentes fachadas, obra recente do arquitecto Vítor Forte.

Miradouros

Não deixe de subir ao miradouro da torre da água, onde lhe apetecerá, a qualquer hora do dia, ficar estático perante o deslumbrante panorama que seus olhos descortinam ao longe e ao perto, para baixo e para cima, e seus lábios acabarão por descolar-se a fim de se associarem ao chilrear dos pássaros de todas as espécies, ao zumbir das abelhas, ao latir dos cães, para cantar em uníssono a singela quadra que o povo vem cantando ao longo dos séculos em honra da Senhora que aqui tem brilhado como «A Estrela da Evangelização» e tem verdadeiramente actuado como «A Senhora da Libertação», «A Divina Enfermeira», «A Mãe da Reconciliação», «A Defensora e Protectora da família cristã»:

 

«Ó Senhora de Balsamão,
onde estás tão metidinha!
entre os Olmos e Chacim,
o Lombo e a Paradinha…»

A terminar o passeio à volta do Convento, em frente à cozinha e ao refeitório dos hóspedes, pode subir à esplanada e miradouro, apreciando a linda paisagem que se vislumbra: a Serra de Bornes, Chacim, com os seus olivais, Malta, as Termas da Abilheira, a Quinta do Convento e, se for ao anoitecer, um lindo pôr-do-sol.  

Monumento a Santo Estanislau, Fundador dos Marianos

Saindo do miradouro em frente à cozinha e descendo a estrada, a cerca de cem metros, encontrará o parque do Santo Estanislau, onde se ergue uma obra escultórica em bronze (do escultor Jaime Santos), que evoca a figura do Santo Estanislau Papzcynski, Fundador da Congregação dos Marianos, benzida na Celebração solene de Acção de Graças pela sua beatificação, a 20 de Setembro de 2008. Este monumento representa Santo Estanislau como apóstolo do amor misericordioso de Deus. É um convite a sermos como ele.

Eis o significado dos elementos simbólicos do monumento:

A cruz como expressão/revelação máxima do amor misericordioso de Deus, como Boa Nova, anúncio alegre de libertação do pecado e de todo o mal.

A Imaculada Conceição como primeiro e mais belo fruto do amor misericordioso de Deus, porque gratuita e plenamente salva do pecado e toda de Deus e para os homens, exultando de alegria no Senhor. Foi assim que Santo Estanislau compreendeu a Imaculada Conceição.

Santo Estanislau como imagem viva da misericórdia de Deus, nele mesmo e na sua acção libertadora: no socorro às almas do purgatório e no anúncio do Evangelho do amor misericordioso aos homens, aos pobres de hoje. Santo Estanislau está entre “os que estão vestidos de branco e de palmas nas suas mãos” e que o livro do Apocalipse define como “aqueles que vieram da grande tribulação; lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do cordeiro” (Ap 7, 9.13-14). A sua glória foi a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi alguém para quem o mundo estava crucificado para ele e ele para o mundo (cf. Gal 6, 14). Ele pode anunciar o amor misericordioso e libertador de Cristo!

A força libertadora do amor misericordioso do Senhor encontra a sua expressão simbólica nas correntes quebradas – junto aos pés do Santo – e nos rostos alegres dos rostos de Maria, de Santo Estanislau e daqueles que recebem o anúncio do Evangelho.

Almas do purgatório e o anúncio do Evangelho aos mais pobres. Além do mistério da Imaculada Conceição como elemento central do Carisma da Congregação que Santo Estanislau fundou, o monumento apresenta também os outros dois elementos da herança carismática do Pe. Estanislau Papczynski: o amor activo para com os irmãos do purgatório e a anúncio do Evangelho aos mais pobres. Isto expressa-se no monumento do seguinte modo: na sua mão direita, Santo Estanislau segura as contas do rosário – símbolo da oração –, donde brota um rio do qual um veado bebe – símbolo das almas do purgatório. “Como o veado anseia pelas águas vivas assim minha alma anseia por vós, Senhor”, assim reza o salmista (Salmo 42). Na mão esquerda, Santo Estanislau segura o livro do Evangelho, onde está escrito “Deus caritas est” (Deus é amor) – símbolo do anúncio do Evangelho do amor misericordioso de Deus. Por baixo, dos rostos – um de um homem e outro de uma mulher – com expressão de felicidade, símbolo daqueles que acolhem o Evangelho.

Finalmente, a nuvem que envolve todos os outros motivos do monumento. A nuvem, na Bíblia, é um sinal da presença de Deus, que se revela e se esconde, ao mesmo tempo. Toda a vida de Santo Estanislau foi vivida na fé (neste presença obscura de Deus). Nessa nuvem, na parte de trás do monumento, está um triângulo, símbolo da Santíssima Trindade, com o olho da Divina Providência. O Santo Estanislau acreditou ser sempre guiado pela providência de Deus, seja no seu caminho pessoal de santidade seja na fundação da Congregação. A nuvem, particularmente nos nossos tempos, também aponta para o sonho. O sonho de Santo Estanislau foi a fundação da Congregação dos Marianos. Sonho inspirado e realizado pela Divina Providência, com a colaboração empenhada de Santo Estanislau.

Museu

O Museu fica na sala entre o claustro antigo e claustro novo. A entrada, devidamente assinalada, faz-se pelo hall que dá acesso às salas de reunião, aos quartos e às escadas para o refeitório.

O Museu, que foi inaugurado, pelo Superior da Congregação dos Marianos, Pe. João Rokosz, MIC, a 24 de Outubro de 2005, na celebração dos 250 anos da morte do Venerável Frei Casimiro, reúne:

Quinze telas, pintadas a óleo, referentes a alguns a alguns santos e arcanjos e ao carisma dos Marianos;

Dezanove ex-votos, referentes a “milagres” feitos pelo do Senhor da Costa (da Capela dos Cajados) e a “milagres” obtidos por intercessão de Nossa Senhora de Balsamão e do Venerável Frei Casimiro;

Duas esculturas, de rara beleza, uma de N.ª S.ª da Conceição e, outra, de N.ª S.ª do Bom despacho;

Alguns paramentos antigos, cálices, objectos devocionais, livros referentes à congregação dos Marianos, documentação sobre a vinda dos Marianos para Portugal e algumas fotografias dos pioneiros do regresso dos Marianos a Balsamão e da reconstrução do Convento.