“Caminhar juntos: uma Igreja comunhão”

A IGREJA EM SÍNODO

No dia 19 de dezembro, decorreu, em Balsamão, o retiro mensal (presencial e online), subordinado ao tema: “Caminhar juntos: uma Igreja comunhão”, no âmbito da primeira fase do sínodo para o qual todos estamos convocados, sobre o tema: “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.
Foi uma experiência sinodal, pautada pela oração ao Espírito Santo, pela escuta mútua, pelo diálogo, pela reflexão, procurando discernir o que que o Espírito Santo diz hoje à Igreja.
A reflexão, o diálogo e a escuta mútua andou à volta da relação intrínseca e inseparável entre as 3 características da Igreja sinodal: comunhão, participação e missão. De facto, diz-se no Vademecum do sínodo (1.4): “Elas são os pilares vitais de uma Igreja sinodal. Não há hierarquia entre elas. Pelo contrário, cada uma enriquece e orienta as outras duas. Há uma relação dinâmica entre as três que deve ser articulada tendo em conta as três” em conjunto.”
De seguida, aprofundamos a dimensão da Igreja comunhão, como fruto da renovação levada a cabo pelo concílio Vaticano II. A Igreja (Ekklesia) é a comunidade dos chamados pelo Senhor, a assembleia dos convocados por Jesus Ressuscitado. Jesus Ressuscitado chama-nos a ser Igreja, chama-nos à comunhão com Ele (e, através d´Ele, com o Pai, no Espírito Santo) e com os irmãos. A Igreja é “um povo unido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (LG 4). Quem acredita em Jesus Ressuscitado e O segue sente-se chamado a viver em comunhão com todos aqueles que, como ele, acreditam e O seguem (Cf Act 2, 42-47; 4, 32-35). A Igreja é apresentada, não como sociedade perfeita, segundo o modelo piramidal que vigorou até ao concílio, mas como mistério de comunhão, reflexo do mistério da Santíssima Trindade e de Jesus Cristo, o Filho de Deus que se fez homem para nos salvar. Contra um reducionismo da ecleseologia pré-conciliar, que identificava o povo de Deus com aqueles baptizados que pouco ou nada contavam na Igreja, isto é, os fiéis leigos, afirma-se que, pelo facto de sermos baptizados, todos somos povo de Deus. Afirma-se também a dignidade e igualdade fundamental de todos os baptizados e a inseparável relação entre a vocação ministerial e a vocação laical. Na Igreja comunhão, todos são chamados à santidade (e não só os religiosos), e todos somos chamados à missão de evangelizar (e não só os que recebem o ministério ordenado).
O Retiro, que teve a participação presencial de 7 pessoas e um número indeterminado de participantes online, concluiu com a adoração do Santíssimo e a oração de vésperas.

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